As avaliações que fazemos têm sempre no horizonte um parâmetro pré-estabelecido e estão obrigatoriamente cobertas pela sujectividade original que nos distingue. Há um tipo desses que sabem coisas, de quem eu não sei dizer o nome agora, que apregoa que um "objecto" mediano pode ser considerado muito mau ou muito bom, conforme os parâmetros a partir do qual o vemos. Se os termos de comparação forem elevados, o pobre será sempre muito mau. Se, pelo contrário, a norma for baixa, o dito "objecto" poderá elevar-se ao estatuto de muito bom. Parece-me que todos concordarão que não era preciso ser um tipo que sabe coisas a dizer isto. Até a minha avozinha quase analfabeta era capaz de ter chegado a esta conclusão, mas o facto de se referenciar qualquer argumentação como pertencendo a uma teria complexa, confere-lhe sempre uma credibilidade adicional, pelo que se mantém aqui que foi um tipo desses quem disse.
Assim sendo, o problema da questão reside efectivamente no termo de comparação e não propriamente na sua qualidade. Estamos ou estávamos habituados à genialidade de alguém que conseguia dar coerência ao caos, transformando qualquer pequeno estímulo, numa narrativa tão articulada como pejada de nonsense. Neste momento, o paradoxo mantém-se, mas as conexões estão em falta. E é isso que transforma uma ideia, que noutros tempos teria sido brilhante e articulada, num mero conjunto de altos e baixos desconexos.
Não gostei. Ou melhor, não gostei na generalidade, embora tenha apreciado alguns momentos. Mas uma coisa posso afirmar. Esqueçam lá a Scarlet. Aquela Marion Cotillard sim, era rapariga para me fazer reequacionar temporariamente a minha orientação sexual.
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