domingo, 13 de dezembro de 2020

Quero lá saber.


 

Esconde-se atrás da vegetação a fingir, julgando ver sem ser vista. Despreza a vigilância das seculares Cariatídes de Erecteion. Adivinha-as cópias caridosas da mármore massacrada pelos venezianos. Não lhes reconhece autoridade. A mim muito menos. Ignora as repreensões constantes e segue sem pestanejar os percursos que traçou. É um ser bravio, que só amansa depois de escurecer, quando, vencida pelo cansaço, se deita no meu colo e finge acompanhar-me a leitura noturna.