domingo, 30 de outubro de 2011
Saber a mar
Mandamos às urtigas o objectivo definido e arrumamos o "discurso psicanalítico em educação" nas mochilas. Saltamos para a areia porque te apetecia cheirar o mar de perto. Não sei o que te deu para resolveres correr desenfreadamente e enfiares-te no mar. Tu que tens sempre tanto frio, que reclamas pelo calor do teu país tropical. "Eu djissi que me ápiticia cheirar o mar dji pérrto." - justificaste-te tu. Não sei o que me deu para te seguir. Eu que tenho sempre tanto frio, mesmo sem conhecer o teu clima tropical. Rimo-nos como uns doidos, enquanto tremíamos, molhados até à cintura. Agarrei-te na mão, puxei-te pela areia até ao carro e conduzi-te a casa, com o aquecimento no máximo. Quando estacionei, ordenaste-me que subisse para me secar. Obedeci. Enquanto procuravas a toalha, não resisti a dizer: "-Tu és completamente louco." Respondeste-me fazendo o beicinho com que habitualmente te diriges a mim, enquanto me entregavas a toalha com a mão direita e me agarravas a nuca com a mão esquerda : "Ué! Cláro qui sou. Por isso qui tenho você dji minha psicóloga, né."
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