domingo, 30 de maio de 2010

Suspensão

Naqueles dias em que acordamos suspensos por um fio...


...a unica alternativa é esperar que uma rajada de vento nos abane e devolva ao solo. Se possível, sem partirmos a cabeça (ou o coração) durante a queda.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

A vida é difícil, mas nem sempre.


As contrariedades do dia-a-dia deixam-na sem um pingo de paciência. Com frequência barafusta, faz cara de zangada, ameaça fugir para longe.
E depois, chega a casa, olha pela janela e fica envergonhada porque se esqueceu da sorte que tem.

(hoje foi recebida por um gato preto cheio de amor para dar, e por este pô-do-sol)



domingo, 23 de maio de 2010

Nos teus olhos

A escuridão da noite envolve-me o pensamento, joeira-o, transmuta-o numa linha recta.
E eu abandono-me. Saio de mim e observo-me de um ponto longínquo.
Quero ver-me com o teu filtro. Ensaio olhar-me através dos teus olhos.
Sem esforço, traço a tira-linhas as dores que te inflijo.
Identifico, assinalo, sublinho todas as falhas que me relevas.
Rapidamente subo ao degrau seguinte.
Abre-se um sorriso no rosto.
Percorro os predicados que estimas em mim. Vou e venho. Calcorreio-os todos.
Percebo que não bastam, que são escassamente insuficientes.
Olho de novo para o todo, usando os teus olhos avisados.
E vejo, apesar de não compreender, essa tua obstinação em me querer.

terça-feira, 18 de maio de 2010

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Sombras portuguesas


Quando direccionamos o olhar para locais impossíveis, encontramos o menos provável.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Devoção

Os olhos estão colados à sua figura. Os ouvidos sorvem as suas palavras.
Não consigo desviar-me.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

De regresso.


O marulhar dos lençois de linho antigos, chicoteados pelo vento. Metade de um pão com Tulicreme. O odor das mimosas. Um gato que ronrona.
Fecho os olhos. Permito ao sol que me aqueça a pele. Autorizo que o vento me ondule os cabelos.
E finalmente elas aparecem na retina, no cortex cerebral. Doces memórias de um infância eterna.

domingo, 9 de maio de 2010

Eu sou aquele rio que já não corre para o teu mar.

sábado, 8 de maio de 2010

Um dia

Às vezes é assim.

E eis quando, pensando ela que estava a ser seduzida, compreendeu que afinal era ela quem seduzia.
Então sentou-se e deixou-se carregar pelas ondas de um mar aleatório.