terça-feira, 30 de abril de 2013

segunda-feira, 29 de abril de 2013

Um, dois, três, partida...

Vou ali tratar de começar a ler aquilo, porque quer-me parecer que já terás avanço suficiente.

domingo, 28 de abril de 2013

Enquanto rebolava na relva


Surpresa(s)



(gosto da música destes rapazes, gosto do look destes rapazes e gosto principalmente do som que sai daquele espécie de viola redonda. anda por aí alguém que saiba como se chama aquilo?)

sábado, 27 de abril de 2013

De volta à realidade (continuação)

... isso, e esta vontade que hoje me deu, para isto. Nada que não passe, e amanhã já voltamos às fotografias de qualidade duvidosa com frases enigmáticas a acompanhar. Ajudará a compreender se eu disser que já estou assim mais ou menos a ficar com os copos, porque me decidi a abrir, finalmente, uma garrafa de rosé que veio cá parar há algum tempo, por altura de uma reunião de trabalho em Chaves, que foi bem alimentada e regada, ao ponto de, no caminho de volta, eu ter dito ao chefe, no tom de voz mais sedutor que consigo, que se ali ficássemos mais um mês, viria para o Porto a pesar o dobro. Ele, que não tinha bebido porque ia conduzir a seguir, e é um tipo  responsável, sorriu e mandou-me descansar, que bem estava a necessitar. Dizia eu do rosé, que habitualmente é bebida que parece xarope, e talvez por isso tenha aguentado tanto tempo na garrafeira, mas hoje não tinha branco e o tinto anda a dar-me cabo do estômago e das hemorroidas, que é bem bom. E bem bom  não é favor nem resultado de estar já meio tocada, é mesmo uma avaliação honesta que perdura desde o início da refeição e, nessa altura, ainda a coisa estava totalmente controlada. Para quem quiser saber, o rosé é da Quinta de Arcossó e pertence à colheita de 2007. Foi acompanhado de salmão grelhado com molho de azeite, alho, salsa e cominhos e arroz de brócolos e sucedido por pedaços de abacaxi e bolo de iogurte de mirtilos e amoras. O corrector do blogger quer à força que eu escreva de acordo com o acordo. Sublinha-me tudo quanto é palavra em que eu enfie um c e espera que eu clique no botão direito. Pois bem pode esperar. Porque eu quero que se foda o acordo, e já agora, os gajos dos impostos também, e vou passar a comprar os legumes todos à mulher. Alho francês que me faça chorar, [porra que ainda tenho os olhos vermelhos e o nariz a pingar] vale todas as multas que me queiram passar. Entretanto, aproveito para informar que as moças vão passar o fim de semana na esplanada da praia a levar com areia nas trombas e a adquirir a cor do camarão, e não querem saber de ti ou das tuas criancinha. Vais agradecer por eu não ter apostado, porque às tantas perderias. E isso se calhar não era mau, porque se há coisa que fazes bem é essa de perder. Já eu, sou boa é a espantar a caça. Como diz a outra, os bichos [homens] têm medo de mim, porque eu me coloco no mesmo patamar que eles e eles não sabem muito bem como lidar com isso, embora eu acredite que sou eu quem não tem competência para lidar com eles, e por isso nem sequer tento para não me cansar. Porra outra vez, que o raio do rosé é mesmo do melhor que há e parece-me que a garrafa já não verá o dia de amanhã.

De volta à realidade

Sou capaz de levar com o fisco em cima, porque me meti na economia paralela e fui comprar um alho francês e duas cebolas à mulher que vende legumes na beira da estrada e que até tem uma balança toda quitada, mas que faz as contas de cabeça e não passa recibo. Eu ainda tentei sacar do número de contribuinte, mas ela enfiou-me o saco na mão, pediu-me setenta e cinco cêntimos e mal recebeu, virou as costas para atender a outra cliente que lhe contava que vai todas as semanas ajudar a filha, e que aquilo lhe "dá cabo das mãos, que é tudo limpo com lixívia forte, mas a coitada da rapariga vai ser operada. Sabe como é, pelos filhos a gente faz tudo...". Em minha defesa acuso a "grande superfície", que estava a vender legumes colhidos há três semanas e meia ou mais e a cobrar o triplo do preço. Os legumes da mulher, disse-me entretanto a vizinha da frente, enquanto me ajudava a carregar as sacas pela escada acima, são cultivados no campo que fica atrás da banca, e são sempre muito fresquinhos. O que nos leva a constatar que isto de se viver na aldeia também tem as suas alegrias. Entretanto, salvou-se a lesma que vinha na couve [tenho cá para mim que o tipo da grande superfície também vai comprar legumes à mulher e também se balda aos impostos, ou então compra-lhe só as lemas para dar o ar de que vende coisa biológica com bichos e tudo, e justificar o facto de cobrar o triplo do preço]. Foi muito rápida a encolher os corninhos e a cabeça e conseguiu fugir à faca que se preparava para, inadvertidamente, a cortar a meio. Salvou-se e foi delicadamente depositada em cima do resto de um vegetal, no quintal do vizinho, porque no meu tenho os girassóis e não fosse dar-lhe ali a vontade de os roer e depois ter de ser assassinada e não ter servido de nada a rapidez. São sete em cada canteiro, os girassóis. Metade transplantados e a outra metade semeados, porque o senhor Fonseca conhece a atracção do gato pela terra remexida e portanto traz já alguns com uns centímetros para prevenir. E pronto, agora estou para aqui a fazer a sopa e a chorar como uma madalena à custa do alho francês da mulher, que é mesmo fresquinho e do bom, melhor que as cebolas, veja-se lá. Cá para mim, o Gaspar deve ter rogado algum tipo de praga ao povo que se furta a pagar os impostos e ajuda a enterrar ainda mais o país no buraco financeiro pelo qual ninguém é responsável. É, vai-se a ver e o choro é mesmo culpa dele...

Regressas?


(discutiam-se livros e músicas e parvoíces, e juntos, ainda que separados eramos felizes. eramos? sim, quero acreditar que sim, tu não eras?... hoje, um paradoxo em potencia, recordou-me. março despedaçou-me este abril.)

quinta-feira, 25 de abril de 2013

Não cuspas para o ar...

Há dias em que me apetecia andar por aí fora a comentar, assinalando lapsos, desconstruindo argumentos, recordando contradições. Mas depois lembro-me que sou apenas uma mortal a quem o tempo escasseia e resolvo tratar da minha vida, porque só com essa já tenho muito para fazer.

quarta-feira, 24 de abril de 2013

segunda-feira, 22 de abril de 2013

Ofensiva(s)


(ordenei que se calassem por um momento, sem explicação mais detalhada que a necessidade absoluta de silêncio. nauseiam-me as vozes que sobrevoam os pensamentos. omito-o do discurso, por ser demasiado verdade. sou avessa à simultaneidade porque oblitera o prazer. recuso-me a ser sujeito e objecto de uma mesma acção.  não quero observar enquanto me observam, escutar, enquanto me escutam, sentir, enquanto me sentem. agora sou eu, daqui a nada serás tu. não perguntes. se queres mesmo saber apr(e)ende-me a ler. )

domingo, 21 de abril de 2013

Descobertas


Cipriano, yo pienso que el alfabetizador
no es sólo el que enseña a leer libros
de ciencias, historia, filosofía
y de tantas cosas exóticas
de que habla la gente.

Hermano, yo pienso que alfabetizar es enseñar
a leer en los ojos:
el dolor de los pueblos,
la enfermedad de los niños,
la angustia de la mujer que pare en la calle,
la tos del minero que escupe y mancha de sangre,
la estatua de la libertad neoyorquina.

Hay que aprender a leer
el hambre que toca a la puerta,
el frío que va por la calle,
la oscuridad del que busca
y no encuentra.

Cipriano, yo pienso que
primero debemos alfabetizar
a los que saber leer libros,
pero no saben leer el dolor de los hombres.


Julio Zabala - Cuadernos de Educación

Inoxidável


Afectos

Entra pela porta adentro a correr, acompanhada da avó. Traz o rosto afogueado, a respiração mais ofegante que o habitual e um sorriso capaz de contagiar o maior trombudo do mundo. Traz na mão esquerda, a dominante, um pequeno ramo com duas flores silvestres, uma espécie de camomilas, com pétalas amarelas. Estende-as no ar e declara: "É um presente para ti!" Agarra numa delas com a outra mão e continua: "Esta sou eu que te dou, e esta (referindo-se à que permanece na mão esquerda) foi o avô que mandou para ti. Ele não subiu porque está cansado." A minha mãe confirma que assim é, e prepara-se para sair. Eu sorrio e peço-lhe para lhe dar um beijo por mim. Olho para a flor e sei que é um pedido de desculpa por ter sido imprudente e teimoso e por me ter causado o pânico ainda ontem, sei que não subiu porque se sente envergonhado. O beijo que lhe não lhe dei é a confirmação de que já estava mais que perdoado, é o respeito pela sua reserva. Andamos nisto há anos. Entendemo-nos na perfeição no meio de tal emaranhado de comunicação disfuncional.


sábado, 20 de abril de 2013

quinta-feira, 18 de abril de 2013

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Nos dias em que sobram segundos aos minutos.




A propósito de tudo ou de quase nada.

[Esqueci-me do motivo da zanga. Foi lá atrás, muito atrás, quando eu ainda não era esta. A afinidade era avassaladora, assim como dolorosa era a sensação de me ver escrita por mãos alheias. Fechei os livros e recusei-me a abri-los sem motivo válido. Sabia que voltaria, que haveria de chegar o dia da reconciliação. Não maginei que demoraria uma eternidade.]

De Joelhos

“Bendita seja a Mãe que te gerou.”
Bendito o leite que te fez crescer
Bendito o berço aonde te embalou
A tua ama, pra te adormecer!

Bendita essa canção que acalentou
Da tua vida o doce alvorecer ...
Bendita seja a Lua, que inundou
De luz, a Terra, só para te ver ...

Benditos sejam todos que te amarem,
As que em volta de ti ajoelharem
Numa grande paixão fervente e louca!

E se mais que eu, um dia, te quiser
Alguém, bendita seja essa Mulher,
Bendito seja o beijo dessa boca!!

Florbela Espanca, in "Livro de Mágoas"

terça-feira, 16 de abril de 2013

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Quando for grande, quero um Geoffrey Rush só para mim.



(a partir de certa altura a história torna-se secundária, tal é a beleza de tudo o que nos passa pela frente dos olhos, e quase nos esquecemos que, cedo, o desfecho se torna demasiado previsível. melhor, só mesmo se fosse falado em italiano)

domingo, 14 de abril de 2013

O seu estado de espírito é definido pelas músicas que a atormentam #18



(podia escrever tanta coisa a propósito, mas o som e a imagem falam por si)

(Des)Venturas urbanas


sábado, 13 de abril de 2013

Ainda não aprendi a mentir convincentemente.



(estes moços são gente para me fazer esquecer a promessa que fiz, no ano passado, de não voltar ao Optimus Alive)

sexta-feira, 12 de abril de 2013

quinta-feira, 11 de abril de 2013

O quê? Não sei...

Comprometo o conforto com que o silêncio me presenteia, para afirmar peremptoriamente a descrença na irreversibilidade. Convoco o Lavoisier como testemunha de defesa, para repetir, no julgamento da melancolia, o pedaço da lei que me convém: "...nada se perde...".  Reafirmo a confiança na transformação. Sou dona de uma certeza. Um dia, tudo voltará a ser.