Ela pediu-me com carinho e eu acedi prontamente. Pedi uma frigideira emprestada à avó dela, porque a que existe cá em casa não serve o propósito. À hora definida chamei-a para me ajudar a misturar os ingredientes inscritos na receita retirada da internet. Era uma estreia. Nunca antes tínhamos cozinhado tal coisa. Liguei o fogão e tratei de cozinhar a massa viscosa. A primeira ficou com um ar algo desarranjado e demasiado tostada, mas as seguintes adquiriram um tom caramelo e mantiveram a forma redonda adquirida aquando do contacto com a frigideira. A pedido dela, enquanto cozinhávamos, ouvíamos a Cristina Perri a perguntar-lhe quem pensa ele que é para coleccionar jarros de corações. Na minha mente apenas surge a mesma questão:
- Quem pensa ele que é?
Na minha mente paira apenas uma inquietação, a de descobrir como escapar, sabendo que é para ali que os pés me levam sem qualquer hesitação.As panquecas estão prontas e a sua ingestão apazigua as traças que me roem o aparelho digestivo, a infusão de erva príncipe amaina o tropel que me invadiu o peito. O sossego voltou ao meu ser. Até quando?
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