terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Afectos

"There was coldness between them. Olga didn’t write, Ezra didn’t write, but then he did, referring to himself and Olga in the third person, and he was nasty: He never said she was more bother than she was worth; he said she had given him more trouble than all the other women on the planet."

The Quality of the AffectionLloyd Lynford  in Granta 122: Betrayal


Férias


É como diz o outro: "As opiniões..."

Sou impulsiva por natureza. Gostava de ser uma pessoa ponderada, mas não sou. Faço, digo e escrevo coisas que, por vezes, preferia não ter feito, dito ou escrito. Defino muitas regras para mim própria, numa tentativa de domar esta pressa que me invade, mas quebro-as amiúde, e não raras vezes às duas e três de cada vez. Sou imperfeita, muito imperfeita, mas, ainda assim, não vivo mal comigo própria. Aliás, atrevo-me a dizer que vou gostando de ser quem sou. Principalmente, porque no meio de toda esta confusão que é o meu eu, há um cuidado que vou tendo com os actos e as palavras.Tento, com eles, não magoar quem me rodeia, seja próximo ou distante. Porque não tenho esse direito. Porque aquilo que penso e aquilo que sou, não valem a dor alheia. Porque o tempo é limitado, e eu prefiro usá-lo para acarinhar.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Pescadinhas de rabo-na-boca

"Nós os economistas somos especialistas no tema da pobreza. Sabemos tudo o que há para saber, mas a pobreza aumenta dramaticamente, o que demonstra que não a compreendemos. Do mesmo modo, acumulamos conhecimentos sobre a natureza e os problemas continuam a gravar-se. Também acumulamos conhecimentos sociais, sociológicos e políticos, mas as situações sociais e políticas agravam-se de dia para dia"
Manfred Max-Neef - Chamar desenvolvimento a um suicídio colectivo! - Artigo publicado na revista A Rede.

domingo, 27 de janeiro de 2013

Reflexo


Somos todos inocentes, pelo menos até prova em contrário.

"Cada metro que se afastava do armazém era um metro que se aproximava de Maria. No trabalho não falara dela a ninguém, e não lhe podia falar a ela do que fazia. Não tinha a certeza se esse tempo  que passava a viajar entre os seus dois mundos secretos não seria quando era verdadeiramente ele próprio, quando era capaz de manter esses dois mundos em equilíbrio e saber que eram independentes de si próprio; ou se esse era o tempo em que ele não era nada de nada, um vazio a viajar entre dois pontos. Só a chegada a este extremo ou àquele se punha ou lhe confiavam um objectivo, e então era de novo ele mesmo, ou um dos seus eus."

O inocente - Ian McEwan (pp. 100)

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

sábado, 19 de janeiro de 2013

Constatação dilacerante

Por muito que se baixem as expectativas, há-de haver sempre alguém capaz de nos desiludir.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Pensamentos profundos

No caminho para casa, enquanto conduzia, pensamentos de reconstrução e renovação povoavam-me a mente. "Carrego demasiado peso. Necessito de começar a largar lastro. Vou começar por..." O caminho percorrido é sempre tão curto que as cogitações não têm tempo de amadurecer ou  tomar forma. Entro em casa ainda em modo de depressão e antes de me afundar no sofá decido ligar o computador. Abro, por esta ordem, o mail, o reader e o facebook. No ultimo vejo uma foto de um homem que me agrada. É o Nick Cave que acabou de me deixar uma mensagem. Informa-me que tem música nova e convida-me a escutá-la.  Sem demora carrego no link e começo a ouvir. Tudo o resto se desvanece. Esqueço-me do que tinha para decidir e formulo um desejo para 2013. "Que o álbum saia rápido para eu o comprar com o dinheiro do meu trabalho. Onde é que eu já ouvi isto antes?"

domingo, 13 de janeiro de 2013

Is my love?

Fui ali ao quarto da miúda roubar-lhe o único rádio que há cá em casa e estou aqui a ouvir o relato da bola. Já há muito que não me dava para isto, mas ando curiosa. Tenho esperança que o russo ainda seja grande por cá.

Reflexos


Enquanto me enumeravas, um a um, todos os itens que nos distinguem, tentando convencer-me a abandonar-te, eu ria-me da tua inocência e mentalmente indagava se não saberias tu que, por muita distância que interponhas entre nós, nunca deixaremos de estar sob o mesmo firmamento.

Super-poderes


sábado, 12 de janeiro de 2013

Do outro lado


Golpe de estado



A lucidez perdeu o relógio há muito e, não tendo qualquer objecto externo através do qual possa controlar-se, aparece quando se lembra, sem aviso prévio ou cumprimento dos protocolos de etiqueta ou boa educação. Estou farta de chuva. A partir de agora, investida pelos poderes que tomei de assalto, decreto que brilhe o sol, pelo menos enquanto dele eu não me cansar.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

... enquanto o sol brilhar.

Anda a doer-me uma anca, há mais de um mês, sem razão aparente. Já me passou pela cabeça que estou prestes a morrer disto, mas entretanto, a minha faceta obsessiva-compulsiva-pessimista-hipocondríaca-a atirar para o dramático dirigiu as atenções para outro lado e agora já estou convencida que isto é apenas um ataque de pdi, majorado pela humidade, que há-se passar com a chegada da primavera. A tensão e o cansaço acumulados fazem-me adormecer logo que me deito, mas acordam-me com frequência durante a noite, o que me deixa exausta e me confere um ar cadavérico que nem a maquilhagem consegue atenuar e que me valerá certamente o primeiro lugar num futuro concurso de misses versão gótica. Sem grande esforço, e graças principalmente ao meu charme naturalmente irascível, consegui espantar não só todos os tipos que me rondavam a porta, como aqueles que pensavam vir um dia a rondar. Incrivelmente, descobri que apenas um deles me faz falta. Aquele que teve e veleidade de me conquistar, presenteando-me com gargalhadas múltiplas, para depois desaparecer, deixando-me a penar na monotonia dos dias cinzentos. Entretanto, o Bowie tem uma música nova, que é muito menos do que poderia ser mas que, ainda assim, me fez sorrir. Quero vê-lo um dia destes para me poder recompor do cancelamento do espectáculo do Dragão. Tinha bilhete comprado e aguardava em pulgas pelo dia. Ele não veio. Eu ainda não perdi as esperanças



segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

É mesmo só isto

Pelo segundo ano consecutivo, Janeiro não está a ser um mês calmo. Ainda a procissão vai no adro, é bem verdade, porque estamos apenas a 7, mas se já está mau, adivinha-se que ainda vai piorar. Doi-me a cabeça e estou tão cansada, que são apenas dez da noite e eu já estou deitada e prontinha para adormecer ao som de um dos últimos episódios do Lost. Por este andar, nunca mais serei Mestre. Isto não faz sentido nenhum, mas apeteceu-me vir aqui desabafar.

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Manhã


(a primeira fotografia do ano)

terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Segunda constatação de ano novo

Por vezes é necessário dar tempo a algumas coisas, muito tempo em alguns dos casos. Nunca achei piada a esta música ou aos tipos que a cantam. Até que na véspera de Natal a escutei na rádio e soou-me perfeita e continua a soar-me assim até hoje.

Constatação de ano novo

Há coisas bem bonitas, que depois de estragadas, por muito que tentemos, nunca mais conseguimos endireitar. A cara do Mickey Rourke é uma dessas coisas.