sábado, 13 de julho de 2013

"todo o Mundo é composto de mudança, tomando sempre novas qualidades"

Termino mais um ciclo à roda de uma mesa coberta de francesinhas e cerveja. Enquanto jantamos, vamos desfiando o novelo catártico que os dias preenchidos mantem intacto. Dizemos mal e bem de todos os que nos rodeiam sem distinção, equilibrando as qualidades e os defeitos numa balança de precisão milesimal, até à união das ponteiras. Rimos à gargalhada como crianças despreocupadas e acabamos a noite com a percepção que, apesar de possuirmos olhares muito diferentes, observamos o mundo debruçados sobre o mesmo miradouro. Despedimo-nos com abraços numa esquina. Depois de nos separarmos, alguém pára, olha para trás e diz: "Eu adoro-te miúda". Pela primeira vez quebro e deixo-me invadir pela indecisão. Penso no que vou deixar para trás e no que me espera pela frente. Respondo enquanto caminho às arrecuas: "E eu a ti minha querida!". Aceno e rapidamente caminho para longe, com medo que me falte a coragem para seguir em frente. Na segunda-feira espera-me mais um "primeiro dia". Temo não possuir a energia necessária para o abraçar.