A Noite vem pousando devagar
Sobre a terra que inunda de amargura…
E nem sequer a bênção do luar
A quis tornar divinamente pura…
Ninguém vem atrás dela a acompanhar
A sua dor que é cheia de tortura…
E eu oiço a Noite imensa soluçar!
E eu oiço soluçar a Noite escura!
Por que é assim tão ´scura, assim tão triste?!
É que, talvez, ó Noite, em ti existe
Uma saudade igual à que eu contenho!
Saudade que eu nem sei donde me vem…
Talvez de ti, ó Noite!… Ou de ninguém!…
Que eu nunca sei quem sou, nem o que tenho!
Poesia Completa, Florbela Espanca, pp. 227. Publicações Dom Quixote.
Para a A., uma mulher sempre cheia de sentimentos. A Saudade. A Florbela Espanca.
Maria, muito obrigada! Adorei todas as palavras! Um beijinho grande
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