domingo, 12 de dezembro de 2010

Confiança(s)

Caminho de olhos fechados, conduzida pelo tom grave da tua voz. Indicas, com firmeza, o local onde devo colocar cada pé, um à frente do outro. Sinto, sei que estou a rasar o abismo e que a queda seria fatal. Ainda assim, não temo pela vida. Entrego-me cegamente às tuas cordas vocais e deixo que me conduzas até ao meu destino. Entrego-me cegamente, mas não sem, aqui e ali, desobedecer ao teu comando. Desvio-me da rota. Ignoro os avisos que me envias. Forço uma intervenção mais drástica. Obrigo-te a sair do teu poiso, só para sentir as tuas mãos no meu corpo, para sentir o teu cheiro nas minhas narinas.

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