Recordem hoje comigo - a palavra
e contra-palavra
da evidência: a táctil aurora, amanhecendo
da minha mão cerrada: o aperto
ciliário do sol: o trecho de escuridão
que escrevi
na mesa do sono
Agora
é a hora.
Tudo aquilo de que
me vieram privar,
levem-no agora de mim. Não
se esqueçam
de esquecer. Encham
de terra os bolsos,
e selem a boca
da minha caverna.
Foi lá
que sonhei a minha vida
rumo a um sonho
de fogo.
Poemas escolhidos, Paul Auster, pp. 94. Edições Quasi.
Para o Pedro, que é uma pessoa cheia de sensibilidade, cuja escrita nos faz sempre sorrir, quando não rir à gargalhada. Não lhe sei bem explicar porquê, mas este poema rima consigo.
obrigado, pelo poema e pelas palavras. :-)
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