Após uma semana, e conforme ela tinha previsto, o silêncio é quebrado conforme descrito na cronologia seguinte:
10:30 - O telefone começa a vibrar. Ela olha o monitor e vê as letras escritas, sorri com ar trocista e continua a digitar números no teclado do PC, deixando o telefone a dançar sobre a mesa.
11:45 - O telefone vibra de novo. Desta vez, com um movimento único, anuncia uma mensagem de texto. Ela toca no ecran e lê "Preciso de falar contigo. Liga-me!". Levanta-se da secretária e ignorando a ordem, dirige-se ao edifício principal para tirar duas fotocopias de que não necessita de imediato.
14:00 - O telefone vibra de novo. Ela pega-lhe com lentidão e atende com o seu habitual "Sim!". Denotando impaciência, ele barafusta inquirindo-a sobre o motivo da sua negligência; diz-lhe que necessitava com urgência de lhe colocar uma questão profissional. Ela, sem lhe dar qualquer explicação, pergunta-lhe qual é a pergunta. Ele mete os pés pelas mãos e responde-lhe que já tinha resolvido. Ela fica em silêncio indiciando ter compreendido as suas intenções. Ele gagueja e pergunta-lhe se ela está ocupada à noite, se quer ir ao cinema. Ela responde que está sempre ocupada, mas que poderá acompanhá-lo.
14:05 - Ela desliga o telefone e dirige-se à internet para procurar no cinecartaz o filme mais chato em exibição. Antecipa-se uma noite de divertimento.
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