Fosse eu cardiologista
e haveria de inventar
uma máquina poderosa
para o coração consertar.
Ligava uns fios ao torax,
carregava numa tecla encarnada
e em dois ou três segundos
a ferida estava sarada.
Fazia um reset total,
formatava cada emoção.
O músculo voltava ao início,
ao momento prévio à desilusão.
Resolvia assim o problema,
aquele que teima em assombrar,
o medo de que tudo volte ao mesmo
o receio de se deixar encantar.
Ralham-me porque a rima é pobre,
a métrica está sempre a falhar,
e para juntar a tanta asneira,
ainda os ouço a clamar:
"Tens a anatomia trocada!"
Mas alguém se irá importar?
Afinal toda a literatura prega
que é com o peito que se deve amar.
corações informatizados. Troca a placa, compra mais memória.....blá blá blá.
ResponderEliminarNovas anatomias ou velhas, as coisas do coração o pior que têm é que são acumulativas. Nunca mais se é o mesmo qd nos tocam no coração :))
Fosse eu, sei lá o que eu fazia. A gente nunca sabe o que fazer com um coração inteiro. Só com os quebrados. Sabe, mas não aceita fazer.
ResponderEliminarbeijosss
adorei este poema! se o conseguir decorar, hei-de o declamar. fiquei fã.
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