Hoje, de tarde, decidi abrir a janela dupla do quarto e respirar o ar que circula no exterior. Olhei em redor, para verificar a estabilidade da paisagem. Escutei atentamente os sons familiares. Senti nas narinas os odores imutáveis. Tudo se mantém inalterado.
Inclinei a cabeça para trás e contemplei o céu. Peguei na máquina fotográfica e desatei a disparar contra ele. Senti uma necessidade incontrolável de o gravar, de o eternizar. Essa será a forma de me recordar. Este céu é o meu reflexo, a metáfora da minha existência. Um pedaço azul límpido, a esperança, a crença. As finas nuvens claras, a dúvida, a indecisão. As negras densas que se sobrepõe, o desânimo, o medo.
Urge que o céu seja, aliviado para que o sol brilhe, para que a terra aqueça.
Urge uma tempestade de chuva, uma tempestade de decisões.
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