sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Lavei-me, livrei-me.

Que horas são? Tão cedo. Ainda nem nasceu o sol.
Apetece-me dormir mais um bocadinho?
Não, não tenho sono. Não estou cansada. E se me levantasse...
Levanto-me da cama. Abandono os lencóis quentes, o conforto do edredão de penas e abro a janela. Sinto a ténue claridade do nascer do dia. Sinto o ar frio nas narinas, nas maçãs do rosto. Sinto o cheiro da chuva na terra seca. Sinto que chegou o Outono.
Aconteceu-me algo. Não consigo perceber o quê.
Olho à volta. Há algo diferente no ar.
Não sonhei durante a noite. Não estou cansada. Não me sinto melancólica. Tenho os sentidos alerta. Os meus ombros estão leves.
De repente apercebo-me. De repente caio em mim.
Adormeci a pensar em ti. Acordei a pensar em mim.
Lavei-me com as primeiras chuvas. Livrei-me dos teus sinais.

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