Sozinha. Acompanhada apenas por este lugar onde escrevo, medito sobre os sentimentos que provoco com as letras que junto em palavras e frases.
A reflexão foi despoletada por algo que me foi verbalizado hoje, e que embora eu não tenha verdadeiramente compreendido, não considerei elogioso. A referida elocução foi emitida por alguém que, até ao dia de hoje, sempre tinha elogiado a minha escrita. Alguém que sempe o tinha feito de uma forma altamente efusiva.
Por isso, qual não é o meu espanto, quando ouço da sua boca o seguinte "...aquelas bufarolices, que escreves no blog...". Ou terá sido "... aquelas bufardices que escreves no blog...". Não consigo reproduzir com toda a certeza. Poderão ter sido estas as palavras, ou poderão não ter sido estas as palavras.
Procurei no dicionário e não encontrei nem bufarolice, nem bufardice, nem qualquer outra palavra que se lhes assemelhasse. Deveria ter questionado a criatura em causa, acerca do signifcado de tais palavras. Não tive coragem. O tom do discurso era algo colérico, um pouco ameaçador até. Parece que se viu retratado num dos textos. Parece que não gostou.
De volta às minhas reflexões sobre as coisas que escrevo neste lugar.
Penso que, neste mundo,
há alguém que leva a sério o que escrevo;
há alguém que considera que o que escrevo poderá retratar a realidade;
há alguém que gosta do que escrevo, embora nem sempre;
há alguém que ficou incomodado com o conteudo de algo que escrevi;
há alguém que nutre sentimentos fortes relativamente ao que escrevo;
há alguém que ainda não percebeu que o centro do meu mundo sou eu;
há alguém que me julga pelo que escrevo;
há alguém que não me conhece;
há alguém que não se conhece;
há alguém que tem medo de viver;
há alguém que se engana, dia após dia;
há alguém que não vai gostar deste post;
há alguém que vai deixar de me falar.
Haverá alguém que em explique o que pode ser uma bufarolice? E uma bufardice?
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