Na minha terra usa-se muito a expressão “pobres de espírito”, para designar indivíduos que padecem de fraca capacidade cognitiva e que, em consequência de tal, dizem tudo o que lhes vem à boca, uma vez que pouca coisa lhes vai à cabeça. Alguns mantêm-se toda a vida no anonimato, mas existe uma franja que ascende ao estatuto de estrela e nos brinda periodicamente com algumas pérolas de sabedoria saloia que a comunicação social trata de difundir, para desgraça dos incautos que ainda ligam a televisão ou abrem os jornais.
Na minha terra não se usa a expressão “ricos de espírito”, nem sei sequer se é usada em terra alguma, mas eu irei servir-me dela para ilustrar o meu ponto de vista. Assim sendo, os “ricos de espírito” são o oposto dos anteriores. Gente com elevado desenvolvimento intelectual, culturalmente rica, com educação superior, na maioria dos casos, capaz de discutir sobre uma miríade de assuntos com elevação. Em suma, gente inteligente.
Ora, nas minhas incursões pela blogosfera, tenho dado conta que há pessoas “ricas de espírito”, cognitivamente desenvolvidas, que escrevem bem, que tem ideias interessantes, mas que volta e meia lá resolvem meter-se com os “pobres de espírito”, expor-lhes as misérias, ridicularizá-los. Não acrescentam nada a tudo o que já sabemos sobre os mesmos, mas insistem na tarefa, e insistem e insistem. Chega, em alguns dos casos, a parecer bulling.
E quando leio esses ataques desnecessários, penso que estas duas categorias de pessoas que teoricamente deveriam encontrar-se em extremos opostos de uma dicotomia, por vezes, não são mais do que duas pontas de um círculo fechado.
O bulling bloguístico é deveras irritante, é. Especialmente, porque é levado a cabo por pessoas que deveriam saber mais e melhor.
ResponderEliminarO cyberbullying é algo assustador. Intimidante.
ResponderEliminarE se na blogosfera a que se refere, será algo com adultos, imagine este fenomeno usado por crianças e sobre crianças.
http://www.educare.pt/educare/Actualidade.Noticia.aspx?contentid=45F563C7EFA931C9E04400144F16FAAE&opsel=1&channelid=0
Os extremos tocam-se. sempre.
ResponderEliminarSe um certo Adolf tivesse apanhado este post há uns 70 anos, correrias o risco de ser fortemente assediada ;)
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