sábado, 23 de janeiro de 2010

Nós e os homens.

De manhã, enquanto lia este post, no blog Teorias da Costa, começaram a fervilhar-me algumas ideias na cabeça, que fizeram tocar campainhas entre os meus, ainda meio adormecidos, neurónios
Há já algum tempo que, no dia-a-dia, recolho dados empíricos, quer através de contactos pessoais, quer profissionais, que encaixam num padrão, e que de alguma forma, a meu ver, vão de encontro à dissertação da Paula.
Para início de conversa, acredito que os homens, na sua generalidade, têm cerca de 10 anos de atraso na maturidade emocional, relativamente às mulheres, e da mesma forma, também têm 10 anos de atraso na maturidade com que estabelecem relações de intimidade com o sexo oposto.
Assim, até perto dos 20 anos, os homens (a quem deveríamos chamar rapazes) comportam-se como se tivessem 10 anos, pois querem apenas divertir-se. Nessas idades, escolhem as parceiras disponíveis para jogar os seus jogos, sem criar qualquer tipo de intimidade com as mesmas. Têm uma memória muito fraca e esquecem-se facilmente que têm uma namorada e por isso envolvem-se com outras mulheres com frequência e/ou trocam de parceira, cada vez que o jogo se torna aborrecido.
A partir dos 20, 20 e poucos e até perto dos 40, entram numa fase similar à adolescência. Assumem que a sua relação amorosa é perfeita, que vai durar para toda a vida e que apenas poderão ser felizes ao lado daquela mulher. Se a coisa corre mal, está o caldo entornado. Se a relação fracassa, o luto arrasta-se demoradamente, para infortúnio do próprio e de qualquer outra rapariga que por ele se interesse. Quando a relação termina, seja por iniciativa própria, seja por iniciativa da companheira, tendem a ficar bloqueados, presos ao passado e sem capacidade para investir na descoberta de novas candidatas ao lugar de namoradas/mulheres. A primeira coisa que fazem, quando lhes aparece uma rapariga interessada em si, é compara-la com a anterior e encontrar todos os defeitos possíveis, face às virtudes da outra, não lhe dando sequer uma oportunidade de mostrar o interesse que possa ter. Ou então, até lhe dão a tal oportunidade, mas passam todo o encontro a contar-lhe como era maravilhosa era a sua ex. A coisa parece que piora quando são eles a terminar a relação. Num momento, estão fartos e não aguentam mais. Passados alguns dias, consideram que cometeram o maior disparate, que era aquela a mulher da sua vida e que terão que reconquista-la rapidamente, correndo o risco, se não o fizerem, de viver infelizes para sempre. Quando a rapariga, que foi abandonada não responde positivamente à tentativa de reconquista, o mundo acaba e passam a viver nas trevas do sofrimento atroz de macho rejeitado. Nessa altura, parece que a memória se lhes apaga, e que se esquecem que a rapariga era particularmente irritante, tinha a mania que mandava em tudo e todos, fazia birras quando a contrariavam e odiava os seus amigos. Tudo isso é esquecido, atirado para trás das costas e a bruxa má, que uns dias antes lhes fazia a vida negra, transforma-se, por artes mágicas, numa Branca de Neve que é colocada num pedestal. E nós, mulheres de 30, não conseguimos compreender essa fixação, porque desde a adolescência que não nos sentimos tal coisa.
Quando passam a barreira dos 40, as criaturas do sexo masculino, finalmente chegam a etapa do desenvolvimento das mulheres de 30. Começam a sentir que o tempo não é ilimitado, e portanto, deixam de o desbaratar a carpir mágoas e a perseguir quimeras. Estão, nesta altura, capazes de seguir em frente quando acabam uma relação e de deixar em paz a mulher de quem se desvincularam e passam a estar rapidamente disponíveis para fazer explorações no mercado e investir mais ou menos seriamente em novas relações.
Posto isto, acredito que, cada vez mais, as mulheres na faixa dos 30, põe de lado os rapazes da sua idade e escolhem, quando querem brincar, rapazes de 20 com abdominais delineados e que no dia seguinte já se esqueceram de quem elas são, e quando querem falar sério, homens com mais de 40, que não tem tempo a perder com o passado e que querem leva-las ao colo até ao futuro.

4 comentários:

  1. Bom... Hmm... isso...
    e a tua última frase - tiro o chapéu:)

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  2. Muito bom o texto.
    Apesar de homem, subscrevo inteiramente,o que não inviabilizará em breve uma vingança no meu blogue.:P

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  3. Fico, ansiosamente, à espera da vingança.

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  4. Bela fábula ;-D
    Ainda que nesse capítulo, o do "love in action" não consigo chegar a qualquer tese, generalização, conclusão... Enfim, torço pelas "borboletas na barriga", mesmo sabendo que a vida das borboletas é efémera!

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