sábado, 9 de janeiro de 2010

Pequenos momentos

Estou doente. Sinto a cabeça a estoirar, dói-me o corpo todo, estou com uma tosse constante e pareço uma fábrica de mucos nasais. Custa-me andar, pensar, mexer e a última coisa que me apetece é sorrir.
Arrastei-me até ao supermercado, para comprar alguma coisa para o jantar, porque o frigorífico está vazio e os deveres de mãe a isso me obrigaram. O esforço de conduzir os cerca de 800 metros que separam a minha casa do supermercado, junto com as manobras de estacionamento, levaram-me as poucas forças que ainda me restavam. Subi no elevador, e entrei num mundo de luz que agudizou a minha dor de cabeça. Dirigi-me à banca da fruta e comecei a colocar umas laranjas num saco.De repente comecei a rir à gargalhada sozinha, no meio do supermercado, atraindo os olhares de quem se cruzava comigo.
E porque me ria? Ria-me, porque nas colunas de som do supermercado, estava a dar esta música. E ria-me, porque me lembrei de ter, mais ou menos, dançado esta música com alguém, enquanto nos riamos à gargalhada, por não acreditarmos que a estávamos a ouvir, numa discoteca de bom gosto, no século XXI. E perguntava-me ele, se sabia quem a cantava. E eu continuava a rir, e dizia-lhe que não fazia ideia alguma, porque continuo a não acreditar que esta música existe e foi um sucesso. E a rir, continuamos ambos a quase dançá-la.
E depois, já metidas as laranjas no saco, deixei de rir à gargalhada e sorri apenas, com as memórias dessa noite. Esta ida ao supermercado deixou-me com um bocadinho mais de energia, e fez-me esquecer as dores e a tosse. Quando cheguei a casa, resolvi fazer uma caneca de chá, do meu novo chá preferido, Lipton - Andaluzia, e partilhar este pequeno momento. Partilhei porque sei que, se leres o que escrevi, também te vais rir, e também vais ter um destes pequenos momento que tornam a vida mais colorida.

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