Arcadas Romanas
Dentro da imponente igreja católica os turistas acotovelam-se na semiobscuridade.
As abóbadas abocanhavam-se uma atrás da outra, impedindo uma vista geral.
Tremulavam algumas luzes de lamparinas.
Um anjo, sem rosto, abraçou-me
e segredou ao longo do meu corpo:
"Não te envergonhes de seres ente humano, tem antes orgulho nisso!
No teu íntimo abrem-se arcadas sem fim, infinitamente.
Nunca ficarás concluído, como está determinado."
Fiquei banhado em lágrimas
enquanto ia sendo empurrado para a piazza, banhada em sol,
junto com Mr. e Mrs. Jones, O Sr. Tanaka e a Signora Sabatini,
dentro de cada um deles abriam-se também arcadas, uma atrás da outra, infinitamente.
Tomas Tranströmer - 50 Poemas
Sem comentários:
Enviar um comentário