terça-feira, 4 de dezembro de 2012
Dores do crescimento
Recebi uma carta do Centro de Saúde, a convocar-me para ser vacinada contra o sarampo, a parotidite (vulgo papeira) e a rubéola. Mal abri a carta fiquei logo com suores frios. Haviam logo de lembrar-se de mim, que não gosto nada de agulhas, e que até na altura do parto dei graças por aquilo se ter despachado tão rápido que nem deu tempo para chamar o anestesista (parto natural sem anestesia, que eu a dor até aguento, as agulhas é que não). Mas pronto, como boa menina que sou, lá fui eu com o intuito de informar quem a mim se dirigisse que já tinha sido infectada por esse bichedo todo quando era criança, para ver se me dispensavam da tortura. E assim foi. A simpática da enfermeira lá anotou as informações que lhe dei e sossegou-me dizendo que não me voltariam a incomodar com tal coisa. Entretanto, no caminho de casa, enquanto revivi as doenças todas que tive em criança, e as curas alternativas a que me foram submetendo (ao que parece umas rezas junto do jugo dos bois ajudam a curar a papeira) recordei-me também do quanto gostava de ficar doente, porque isso significava que a minha mãe faltava ao trabalho para ficar comigo em casa, e que eu a tinha a mimar-me o dia todo, e apeteceu-me tanto voltar a ser uma menina pequenina.
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