A ausência que impões ao teu ser confere-lhe um carácter etéreo, incorpóreo, desprovido de forma ou volume. Num estado gasoso, invades-me através de cada poro da pele, através de cada orifício do corpo. Impregnas-me as funções sensoriais com as tuas emanações, contagiando-me de febres convulsas. Procuro no léxico palavras para te gramatizar, para te tornar palpável, para te solidificar. Acredito no tratamento pela rendição ao discurso. Confio na cura através da causa. Sei que apenas o teu corpo poderá salvar-me a alma.
Sem comentários:
Enviar um comentário