sexta-feira, 13 de maio de 2011

Cá se fazem...

Ela é uma menina mimada, habituada a que lhe façam todas as vontades, até as mais exóticas ou extravagantes. Não gosta que a contrariem. E quando o fazem, arquitecta planos de vingança, pautados pelos mais finos requintes de malvadez.
Ora, um dia destes, decidiram despojá-la de um dos seus bens mais preciosos. Roubaram-lhe o sorriso que a recebia todas as manhas e que lhe aliviava a pena dos dias sempre iguais e, no seu lugar, colocaram uma espécie de autómato que tem apenas 3 funções que usa aleatoriamente em resposta a todo e qualquer estímulo.
A cabeça dela começou de imediato a arquitectar um plano para reagir. Rapidamente reprogramou o robô/substituto para que este começasse a responder às suas necessidades básicas. Em simultâneo, e sem avisar ninguém, contratou o sorriso, mudando-lhe o horário para a noite. E assim repôs a caótica ordem que reinava na sua vida.
Depois de tudo tratado, sentou-se no primeiro balcão, e começou a assistir com um sorriso irónico ao desespero de quem a resolveu contrariar, os mesmos que intimamente se arrependem pela troca, e desejam que volte tudo ao início.

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