domingo, 4 de dezembro de 2011

Amor #2

Reconciliei-me ao fim de quase 6 anos de desculpas esfarrapadas e de manobras de fuga aos meus deveres de acompanhamento e vigilância, para os quais encontrava sempre um substituto à altura, que me livrava das duas horas que antecipava como um massacre à boa utilização do meu tempo.
Reconciliei-me ontem quando, à força da falta de alguém que fosse no meu lugar, te acompanhei a contragosto e de mau humor, esperando que o tempo corresse rápido e sem dor.
Reconciliei-me um pedacinho quando me entreguei ao espaço e dei conta que a zanga não se tratava de mais do que uma birra datada dos tempos da pré-adolescência,  provocada pelo tempo de antena que era ocupado na televisão, no período natalício.
Reconciliei-me definitivamente, quando senti o teu riso sonoro entrar-me pelos ouvidos, e dei por mim a rir contigo à custa das piadas simplistas, ou quando murmurámos Ohs! de espanto em sintonia, cada vez que os artistas temerários arriscavam uma proeza mais audaciosa.
Reconciliei-me enfim, porque não poderia deixar de o fazer, porque não consigo ficar zangada com o que te faz feliz.
Reconciliei-me de vez, e no próximo ano quero voltar ao Circo, contigo.

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