Amaldiçoava o sistema. Invocava todas as instituições. Jurava a pés juntos que não lhe tinha sido enviada qualquer carta a convocar a sua presença. Afiançava, quando se colocou a hipótese de estravio, que recebia toda a correspondência que lhe era remetida. "- A culpa era daquela Senhora Doutora. De certeza que não tinha mandado a carta. - vociferava com ar furioso"
A Senhora Doutora, com toda a calma que lhe é inata, foi aos arquivos e encontrou o registo da missiva que tinha enviado. Mostrou-lhe as provas.
A criatura empalideceu. Tinha fornecido a morada de um familiar, que já não visitava há alguns 3 meses. Não conseguia compreender como tinha feito tal erro. Era efectivamente a sua caligrafia. Amansou de imediato.
A Senhora Doutora com a sua paciência, resolveu-lhe o problema e passou a ser a sua melhor amiga, uma alma a defender para todo o sempre.
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