sábado, 27 de abril de 2013

De volta à realidade (continuação)

... isso, e esta vontade que hoje me deu, para isto. Nada que não passe, e amanhã já voltamos às fotografias de qualidade duvidosa com frases enigmáticas a acompanhar. Ajudará a compreender se eu disser que já estou assim mais ou menos a ficar com os copos, porque me decidi a abrir, finalmente, uma garrafa de rosé que veio cá parar há algum tempo, por altura de uma reunião de trabalho em Chaves, que foi bem alimentada e regada, ao ponto de, no caminho de volta, eu ter dito ao chefe, no tom de voz mais sedutor que consigo, que se ali ficássemos mais um mês, viria para o Porto a pesar o dobro. Ele, que não tinha bebido porque ia conduzir a seguir, e é um tipo  responsável, sorriu e mandou-me descansar, que bem estava a necessitar. Dizia eu do rosé, que habitualmente é bebida que parece xarope, e talvez por isso tenha aguentado tanto tempo na garrafeira, mas hoje não tinha branco e o tinto anda a dar-me cabo do estômago e das hemorroidas, que é bem bom. E bem bom  não é favor nem resultado de estar já meio tocada, é mesmo uma avaliação honesta que perdura desde o início da refeição e, nessa altura, ainda a coisa estava totalmente controlada. Para quem quiser saber, o rosé é da Quinta de Arcossó e pertence à colheita de 2007. Foi acompanhado de salmão grelhado com molho de azeite, alho, salsa e cominhos e arroz de brócolos e sucedido por pedaços de abacaxi e bolo de iogurte de mirtilos e amoras. O corrector do blogger quer à força que eu escreva de acordo com o acordo. Sublinha-me tudo quanto é palavra em que eu enfie um c e espera que eu clique no botão direito. Pois bem pode esperar. Porque eu quero que se foda o acordo, e já agora, os gajos dos impostos também, e vou passar a comprar os legumes todos à mulher. Alho francês que me faça chorar, [porra que ainda tenho os olhos vermelhos e o nariz a pingar] vale todas as multas que me queiram passar. Entretanto, aproveito para informar que as moças vão passar o fim de semana na esplanada da praia a levar com areia nas trombas e a adquirir a cor do camarão, e não querem saber de ti ou das tuas criancinha. Vais agradecer por eu não ter apostado, porque às tantas perderias. E isso se calhar não era mau, porque se há coisa que fazes bem é essa de perder. Já eu, sou boa é a espantar a caça. Como diz a outra, os bichos [homens] têm medo de mim, porque eu me coloco no mesmo patamar que eles e eles não sabem muito bem como lidar com isso, embora eu acredite que sou eu quem não tem competência para lidar com eles, e por isso nem sequer tento para não me cansar. Porra outra vez, que o raio do rosé é mesmo do melhor que há e parece-me que a garrafa já não verá o dia de amanhã.

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