(foto da minha war zone, gamada ao jornal Público e supostamente tirada aquando do ultimo tiroteio a sério)
sábado, 14 de julho de 2012
Far West
Passo as duas últimas semana imersa em homens, numa tarefa homérica de avaliação. São cerca de cinquenta no total. Junto-os em grupos, separo-os, volta a juntá-los e por fim isolo-os. Em média, passo cerca de três horas com cada um, a esmiuçar-lhes a vida de fio a pavio. Em média passam três horas comigo, empenhados em manobras de sedução que visam convencer-me que são aquele, o que eu quero, o que tornará a equipa vencedora. Hoje, incapaz já de suportar qualquer companhia masculina, isolo-me e inicio a dolorosa escolha. Necessito de decifrar as notas que fui garatujando numa caligrafia que nem sempre compreendo. Aos poucos, muito lentamente, vou formando o grupo, juntando um a um... Toca o telefone . Interrompem-me o raciocínio para me perguntarem do tiroteio. Tiroteio? - pergunto. Que tiroteio? Do outro lado, um riso nervoso informa-me que acabou de haver um tiroteio entre os meliantes do costume e a polícia, ali ao lado, a cinco metros. Olho pela janela e observo as manobras. Respondo que não, que não ouvi o que quer que fosse, que tenho estado ocupada e que não dei conta, e desligo, para rapidamente esquecer o que se passa lá fora e mergulhar de novo na construção de Legos que me ocupou o dia. São nove da noite quando termino. Olho pela janela e é quase noite. Vejo que a rua está livre de policia, e por algumas horas, estará também livre de bandidos. Antes de me fazer à estrada, procuro a noticia nos jornais digitais, mas não encontro. Penso que desta vez foi deve ter sido coisa pequena, daquelas que não merecem que qualquer jornalistas se mace. Afinal, a Dália até se separou do Bernando e a pobre da Bé não tem para onde ir morar. Ele tem que haver prioridades. E também, assim por assim, de pouco importa. A minha tarefa está cumprida, o "Jorge Costa" e o "Vítor Baía" vão fazer parte da minha equipa, e eu só regresso daqui a quinze dias. Despeço-me do porteiro com um "até ao fim do mês", dito num sorriso. Boas férias doutora, verbaliza ele acenando, enquanto me vê afastar em direcção às malas que tenho para fazer.
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Manhã taxonomica,enfim. Bom descanso:-)
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