-Estás muito calada!
-Estou?
-Estás. Nem pareces tu, aqui, à minha frente.
-Mas sou. Eu. A mesma de sempre.
-Porque estás assim? Em silêncio?
-Porque não me apetece falar.
-Pareces-me desconfortável. Actuas como se não estivesses bem aqui. Como se algo te incomodasse.
-Não. Nada me incomoda. Nada para além de mim própria. Sou eu quem me perturba, quem me faz sentir desajustada, inadaptada a este local, a este dia, a esta hora. Sou eu quem sente que se transformou na gota de água que transborda o copo, no grão de areia que sobra na garrafa-quadro. Sou eu quem vai, para não sentir o peso de ficar.
Também acho mais leve ir do que ficar, embora ir também tenha uma grande bagagem.
ResponderEliminarA decisão é difícil. Desta fez foi-se, talvez na próxima se fique.
ResponderEliminarHá uma hora de partida mesmo quando não há lugar certo para ir
ResponderEliminarTennessee Williams
Amo o texto.
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