sábado, 27 de fevereiro de 2010

Recordas-te? Recordas-me?


Recordas-te do tempo em que eu acreditava no amor?

Tudo na vida era conturbado, mas apenas porque tu existias, apenas tu me inquietavas.
O vento não me arrefecia a pele, era a tua ausência que me gelava o corpo como o toque de um iceberg; a chuva não me molhava o rosto, era a tua indiferença que me humedecia a face, qual neblina em manhã de primavera; o sol não me queimava a pele, era o teu toque que me escaldava a derme e me consumia como uma labareda.

Recordas-te dos dias felizes?

Um vislumbre da tua essência alargava-me o sorriso, até que os meus lábios tocassem nos apêndices auriculares. E assim ficava até à hora da despedida, com o batimento cardíaco aumentado dez vezes, e uma sensação de vertigem de montanha-russa. E quando partias, o céu enegrecia, o sol eclipsava-se, a noite caia, e assim permanecia até ao teu regresso.

Recordas-te? Ainda te recordas? Ainda queres recordar-te? Ainda queres recordar-me?

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