domingo, 6 de julho de 2014

Confiança

Metemos mãos à obra ontem, em conjunto, mas o clima não ajudou, e passados cinco minutos já chovia de tal forma, que viemos recambiadas para dentro de casa com a roupa colada ao corpo e sem qualquer progresso visível. Hoje, com o sol a dar um ar de sua graça, resolvemos tentar de novo. Rumamos à planície, porque não há outra forma de o fazer, e recomeçamos a tarefa. Os primeiros dez minutos foram caóticos, cheios de gritinhos de "não me largues!" e "ai que eu não consigo". Assegurei-a de que conseguiria. Todos conseguem e ela não é exceção. Assegurei-a de que não a largaria até que a sentisse segura. Não a larguei, mas afrouxei aos poucos a força com que a segurava, sem que ela percebesse, até a minha intervenção não passar de um mero adereço. Disse-lhe baixinho que já não estava a segurar e que a ia deixar ir sozinha. Consentiu. Gargalhou de alegria quando percebeu que era capaz. Gritou  aos sete ventos sem parar: "Mãeeee! Já ando de bicicleta sozinha."


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