domingo, 27 de janeiro de 2013

Somos todos inocentes, pelo menos até prova em contrário.

"Cada metro que se afastava do armazém era um metro que se aproximava de Maria. No trabalho não falara dela a ninguém, e não lhe podia falar a ela do que fazia. Não tinha a certeza se esse tempo  que passava a viajar entre os seus dois mundos secretos não seria quando era verdadeiramente ele próprio, quando era capaz de manter esses dois mundos em equilíbrio e saber que eram independentes de si próprio; ou se esse era o tempo em que ele não era nada de nada, um vazio a viajar entre dois pontos. Só a chegada a este extremo ou àquele se punha ou lhe confiavam um objectivo, e então era de novo ele mesmo, ou um dos seus eus."

O inocente - Ian McEwan (pp. 100)

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