quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

... enquanto o sol brilhar.

Anda a doer-me uma anca, há mais de um mês, sem razão aparente. Já me passou pela cabeça que estou prestes a morrer disto, mas entretanto, a minha faceta obsessiva-compulsiva-pessimista-hipocondríaca-a atirar para o dramático dirigiu as atenções para outro lado e agora já estou convencida que isto é apenas um ataque de pdi, majorado pela humidade, que há-se passar com a chegada da primavera. A tensão e o cansaço acumulados fazem-me adormecer logo que me deito, mas acordam-me com frequência durante a noite, o que me deixa exausta e me confere um ar cadavérico que nem a maquilhagem consegue atenuar e que me valerá certamente o primeiro lugar num futuro concurso de misses versão gótica. Sem grande esforço, e graças principalmente ao meu charme naturalmente irascível, consegui espantar não só todos os tipos que me rondavam a porta, como aqueles que pensavam vir um dia a rondar. Incrivelmente, descobri que apenas um deles me faz falta. Aquele que teve e veleidade de me conquistar, presenteando-me com gargalhadas múltiplas, para depois desaparecer, deixando-me a penar na monotonia dos dias cinzentos. Entretanto, o Bowie tem uma música nova, que é muito menos do que poderia ser mas que, ainda assim, me fez sorrir. Quero vê-lo um dia destes para me poder recompor do cancelamento do espectáculo do Dragão. Tinha bilhete comprado e aguardava em pulgas pelo dia. Ele não veio. Eu ainda não perdi as esperanças



3 comentários:

  1. Não cometa essa veleidade de afirmar que alguém a conquistou, Maria. Quando muito, afirme que se deixou conquistar por alguém :)

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    1. Não posso alexandra, porque não seria verdade, porque eu não permiti, porque fui conquistada contra a minha vontade.

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  2. Há um exercício muito difícil que é o de ficar sozinha durante mais tempo do que o suportável. Só assim se aprende a perceber que, de facto, ninguém nos conquista. Em todo o caso, também acontece conquistarmos alguém de quem, afinal, desejamos ver-nos livres tão rapidamente quanto possível. Temos contudo, neste caso, a vantagem de não ficar a sofrer durante um tempo precioso para outras ocupações, quaisquer que sejam.

    Em qualquer dos casos, temos paradoxo. A única diferença é o tempo de duração do sofrimento. E as emoções merecem toda a nossa atenção, isto eu aprendi (com tempo :)


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