Estava ela descansada, no recato do seu lar, a desempenhar as tarefas domésticas próprias de uma dona de casa, quando recebeu uma mensagem via e-mail, com uma proposta mais ou menos indecente. Leu-a duas ou três vezes, enquanto decidia se lhe dava ou não resposta. O espécime que a tinha enviado, (e que vai ficar outra vez furioso consigo, quando ler isto) tentava convence-la a comparecer num encontro romantico-erótico. Após aturada ponderação e apesar de se sentir fortemente tentada, resolveu responder-lhe negativamente, declinando a proposta. No entanto, e uma vez que se trata de uma criatura por quem nutre alguma espécie indefinida de carinho, e para que não ficasse triste, resolveu propor-lhe em alternativa, um encontro filosofico-argumentativo. Ele ficou quase ofendido com a proposta mas, mesmo assim, tentou argumentar em seu favor, expondo um raciocínio quase elaborado. Ela, mostrando-se inflexível, rapidamente lhe desmontou os argumentos. Quando ele percebeu que ela não iria ceder amuou, tentou fazer chantagem, comparou-a à mãe. Ele desistiu , não sem antes proferir uma ultima afirmação: "tens um jogo psicológico muito fraco". Face a esta asserção, e como "contra factos não há argumentos" ela resolveu abandonar também a contenda e remeter-se ao silêncio.
Se ele não compreendeu, não será ela quem lhe vai explicar. Em vez disso, vai ali fumar um cigarro.
(Miúdo. Continuas a ser a minha maior fonte de inspiração. Que te sirva de consolo.)
Sem comentários:
Enviar um comentário