segunda-feira, 19 de abril de 2010

Aos poucos

Não perguntaste. Eu sei que não perguntaste. Nunca perguntas. Não queres saber a reposta. O medo tolhe-te a curiosidade. Se perguntasses ficarias a saber. E se soubesses, não poderias continuar a ignorar.
De qualquer forma, e porque apenas sou guiada pela minha vontade, vou dizer. Ou melhor vou dizendo, aos poucos, como quem não quer a coisa. E tu, sem perceberes, vais gravar. E não vais conseguir esquecer.

"Num dia morno, ela deita-se na relva, debaixo de uma faia. Abre bem os olhos para o céu. Sente o frio da terra nas costas e nas narinas. Percorre cada contorno da árvore que oculta o sol. Grava na retina os pantones. Fica ali até que alguém a chame. É feliz."

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