quinta-feira, 6 de outubro de 2022

Para quê o esforço, se os outros o dizem muito, mas muito melhor

 "São como os parentes chegados de um defunto que cobrem o caixão de flores que o morto já não cheira nem contempla, ou falam com ele ou escrevem-lhe bilhetes ou cartas cientes de que já não ouve nem fica a saber. As pessoas acreditam que devem acompanhar quem já não quer nem aprecia companhia nenhuma, de maneira que são antes os vivos a consolar e a acompanhar os vivos, e consolam-se em parte - também- tratando com culpada superioridade e condescendência aliviada o falecido...."


Tomás Nevinson - Javier Marías

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